LUIZ CARLOS

LUIZ CARLOS
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sábado, 31 de maio de 2008

Vanda (A minha maratonista)


Corres pelas minhas tardes
com passos de quem flutua.
Olho-te pela vidraça,
quando passas em minha rua.

Eu decifro num instante
Sua força, ou seu cansaço.
Sei até quando há tristeza,
Pelo jeito dos seus passos.

Corres feito uma gata,
A mais linda, a mais felina.
Tens um corpo de mulher,
Mas a alma é de menina.

Ó, musa das minhas tardes!
Me casaria agora contigo.
Ou seria então, seu amante...
Se não fosse eu, seu marido!


Uma homenagem a minha esposa Vanda.
Mais conhecida por Ivone (pratica atletismo)


LUIZ CAIO.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Caminhos desertos.


Estou andando há séculos... É a impressão que tenho! E não pertenço a lugar algum, nem a ninguém... Eu sei que ao pé da letra, eu não deveria mesmo pertencer a alguém. Afinal de contas sou uma pessoa, e não um objeto! Mas eu não falo neste sentido, e sim ao fato de não haver alguém em minha vida... Um parente, um amigo... Uma pessoa qualquer que permaneça. É isso! Não existe ninguém em minha vida, realmente... Têm me acontecido coisas absurdas, inexplicáveis... Eu já chorei tanto, pedi tanto por uma ajuda! Às vezes sinto que vou morrer... Dias desses matei uma pessoa que me perseguia, e tentava me matar. Já aconteceu outras vezes... Certa vez atropelei um homem que estava em um ponto de ônibus... Devo ter atropelado mais gente, já que havia muitas pessoas no local. Mas este homem foi o único que morreu... Fui perseguida por um carro de policia, e dirigi loucamente por ruas estranhas, de um lugar mais estranho ainda. Acabei capotando o automóvel, e indo parar as margens de um rio que passava sob a ponte que eu deveria ter atravessado... Saí com dificuldade do carro, e não consegui andar. Então me sentei, e fiquei esperando os policiais chegarem para me prender. Mas eles não chegaram... Depois de algum tempo me levantei, e sai caminhando como se nada tivesse acontecido... Tem sido sempre assim ultimamente, em minha vida! Coisas boas, e coisas ruins acontecem, mas não deixam marcas. Às vezes fico feliz, quando encontro algum rosto conhecido... Alguém que sinto que é, ou foi importante em minha vida. Mas depois de algum tempo... Não sei quanto! Esta pessoa, como todas as outras pessoas, e coisas, simplesmente se evaporam, e tudo volta a ser como era antes... Ou como nunca foi... Isto eu já não sei te dizer!... Sei que passo por lugares incríveis. Alguns lindos, outros horrorosos, mas não os reconheço, e também não permaneço em parte alguma... Estou cansada... Estou com medo!... Quero ir para casa!... Será que você pode mesmo me ajudar, ou sumirá derrepente, como tudo o que tem surgido em minha vida?... : __ Sim, eu poderei te ajudar realmente, mas só se você também quiser ,realmente ser ajudada! Eu vou tentar explicar o que está acontecendo com você... Você esta passando por um processo de rejeição à sua vida real. Provavelmente, após um trauma relacionado a alguma pessoa importante em sua vida, em algum momento você adormeceu, e teve um sonho muito bom... E, quando chegou o momento de despertar deste sonho , você simplesmente não quis voltar à realidade da sua vida. Preferiu a vida do sonho que estava tendo... Mas o que você não sabia, “e agora já sabe!” É que os sonhos não são estáticos... Muito pelo contrario! São bem oscilantes. E são sim, muitas vezes, Inexplicáveis, e até mesmo absurdos... Porem, quando se percebeu perdida, você não soube mais como voltar. Foi como se tivesse entrado em uma mata fechada e perdido o caminho de volta. Mas no seu caso foi ainda pior, pois você não sabia que tinha entrado. Portanto não sabia que seria preciso sair... Eu sou o Dr. David, especialista em casos como o seu. Mas confesso... Nunca vi um tão complicado! Você chama-se Raquel. E para que eu possa te ajudar, você precisara se lembrar de tudo o que aconteceu minutos antes de adormecer. E também precisará confiar em mim, e ouvir tudo o que eu te disser, pois as lembranças poderão ser dolorosas, e você corre o risco de preferir ficar aqui, a voltar à realidade... E então! Você esta disposta a tentar ?... Podemos começar?... ___ Sim... Podemos começar!... “Na casa de Raquel, Dois médicos trabalham.” Um está monitorando os aparelhos que ligam a mente de Raquel a de outra pessoa, e o outro, é a pessoa em questão!... Alem dos médicos, havia também no quarto uma terceira pessoa. Tratava-se do pai de Raquel... : __ Então Sr. Carlos! “Indagava, o medico”. Conte-me novamente como tudo aconteceu!... : __ Eu estava muito bravo com ela, por sua insistência em querer arrumar um namorado. “Dizia o pai”... Eu sei que ela já tem vinte anos, mas não seria por isso que eu deixaria de fazer o que acho correto! Vinte anos, no meu modo de ver as coisas, é muito cedo ainda para uma moça de família estar atrás de namorado... Ainda nem terminou os estudos!... A discussão foi feia aquele dia. Daí ela subiu as escadas correndo, e chorando muito. Eu fiquei um pouco lá embaixo, e depois subi, com a intenção de ir para o meu quarto... Quando eu cheguei ao topo da escada, me deparei com ela me olhando, com os olhos cheios de ódio... Tomei um baita susto! Eu não teria a menor chance de escapar, caso ela tivesse mesmo me empurrado, como parecia ser a sua idéia inicial. Mas ela apenas ficou me olhando... Olhou-me fixamente nos olhos, virou-me as costas, correu para o quarto, trancou a porta, e ficou lá quietinha... Já era noite. Então somente no dia seguinte fomos procurá-la, quando ela não desceu nem para fazer a refeição do almoço... Estranhamos. Fomos até seu quarto, batemos a porta. Como ela não respondia, abrimos a porta com uma chave reserva. Quando entramos, a encontramos assim, como esta até hoje... Esta assim há quase um mês, como o Dr. Já sabe!...__ É, mas hoje ela terá que sair dessa! “Exclamou o medico”. Caso em contrario, o Dr. David também não poderá retornar... “Concluiu”... Mas Raquel, lá do outro lado, conseguiu se lembrar de tudo... : __ Calma, tenha, calma! “Dizia David”. Você precisa manter o controle, se não porá tudo a perder! “Concluiu”:__ Mas Dr. “Dizia Raquel”, Agora me lembro, eu matei meu pai. O empurrei escada abaixo... Ele esta morto. Eu não vou voltar pra lá! Eu não quero voltar... O Sr. Não entende? Eu quebrei o pescoço dele lá na escada!... __ Por favor, me escuta! “Pediu o medico”. Você não matou o seu pai... Você esta me ouvindo?... O seu pai não esta morto. “Concluiu”. Raquel foi se acalmando. E então perguntou: __ Quer dizer que meu pai sobreviveu à queda? __ Não houve queda. “Respondeu David”. Você não chegou a empurrá-lo. Apenas desejou fazer, mas não fez. O seu bloqueio mental chegou antes... Talvez, veio mesmo para evitar que você cometesse o ato!... Escuta Raquel! O seu pai esta bem... Esta tudo bem! Você não fez nada... “Raquel ainda não estava convencida, e o tempo passou a lutar contra eles... Na casa de Raquel, a situação começava a sair do controle...: __ O que esta acontecendo Dr.? “Perguntava Carlos, pai de Raquel”. __ Os batimentos cardíacos dos dois estão muito fraco. “Respondeu o medico”, Chegou o momento deles voltarem, mas acho que o Dr. David esta tendo problemas. “Concluiu”.:__ A minha filha esta morrendo Dr., Faça alguma coisa pelo amor de Deus!... O Sr. Vai ficar aí parado? __ Não há nada mais a ser feito Sr. Carlos. Agora só nos resta esperar... Eu também estou prestes a perder um grande amigo! “Disse o medico já irritado”. Carlos, na condição de pai desesperado, não conseguia entender o que estava se passando ali, naquele momento... Ele queria que o médico corresse, religasse aparelhos, fizesse massagens... Aquelas coisas todas que a gente conhece... Mas nada disso adiantaria!... Raquel foi a primeira a parar de respirar... O coração dela parou totalmente, e o seu aparelho disparou... O medico correu para ela, nada mais a se fazer. Então correu para o lado de David... David ainda respirava, parecia estar lutando muito para voltar... Mas como ele voltaria, se sua mente estava ligada a de Raquel, e Raquel já havia ficado? Será que sua vontade de viver seria tanta, a ponto dele conseguir voltar sozinho, mesmo estando condicionado a ela!... Seria tecnicamente Impossível. “Dentro dos recursos especiais, utilizados pelos médicos”... Mas o fato era que David estava resistindo, e seus pontos vitais, ficando cada vez mais fortes... O médico passou a ter esperanças de ainda poder rever o amigo com vida. Carlos, em sentido contrario, chorava ao corpo da filha... David, Lá do outro lado, andava com dificuldade, arrastando o corpo de Raquel em direção a uma espécie de saída. Ele não conhecia o caminho, pois o caminho era dela, não dele! Mas era ele, quem tinha a força para seguir em frente, e sua vida dependia desta dura caminhada... David logo notou que precisava se apressar, pois já estava sentindo o cansaço, e sabia que a qualquer momento o caminho poderia se fechar, Daí ele também teria que ficar ali... Por isso ele apertou os passos, e seguiu em frente, Caminhando, e carregando Raquel, do jeito que dava!... Lá, na casa de Raquel. O médico voltou a se preocupar, pois David estava fraco novamente, Só que desta vez, bem mais que antes... E a qualquer momento, ele também não iria mais suportar... E não demorou muito, para a situação de David ficar critica... E logo ele também parou de respirar, e seu aparelho também parou, e tudo estava perdido...: __ Como ele poderia voltar sem ela! Não seria possível! Eu já deveria saber!... “Lamentou o médico, desconsolado”... De repente, O aparelho de Raquel voltou a funcionar... Ela voltou a respirar... Mas respirar muito! Com toda a força de uma boa respiração... Logo em seguida, David, da mesma forma, voltou a respirar... Os dois passaram a retomar o fôlego, como se tivessem corrido muito, e parado em seguida para descansar... Então David se levantou, e correu para amparar Raquel. Carlos Correu para a filha, sem acreditar no que estava vendo. O médico que acompanhava o trabalho, todo feliz, correu e abraçou o amigo... Depois de um instante de comemoração a quatro, lembraram-se que a família era maior, e aguardava por noticias. Carlos desceu a escada todo sorridente, e anunciou a família, em tom de Vitória... Nós conseguimos! Raquel voltou. Ela esta viva e acordada novamente!... Todos subiram correndo. Carlos vinha à frente... Raquel estava no topo da escada, olhando para ele... Desta vez com carinho!...


LUIZ CAIO.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Nostalgia


Hoje acordei nostálgico... Isso às vezes acontece! Acho que todo mundo se sente assim de vez em quando. Sentir a falta de alguém que esteve aqui, e agora já não está... Alguém que foi importante em nossa vida, de alguma maneira! Ou sentir falta de algo... Um lugar, um momento... Qualquer coisa!... Eu não sei dizer o que esta me faltando agora. E também não sei se é importante que eu saiba, “neste caso,” exatamente o porquê estou me sentindo assim ! Ou se o mais importante é me deixar sentir... Mas o que sei, e estou tentando dizer, é da importância de termos a nós mesmos... Você já sentiu vontade de conversar com alguém, e mesmo com todos a sua volta, percebeu que estava só ? Pois é ! Nem tudo o que sentimos, podemos dividir com outra pessoa. Daí a importância de termos a nós mesmos... Às vezes a solidão é o melhor remédio... Os nossos pensamentos precisam estar a sós, para nos mostrar o caminho. O meu pensamento me colocou diante de mim, e fez com que eu escrevesse, escrevesse... Até sentir vontade de parar... Escrevi sem rumo, sem um objetivo! Agora a nostalgia já passou, e estou me sentindo bem melhor !... Estranho né ?... Eu também não sei !... Acho que estava com saudade de você!...


LUIZ CAIO.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Parei com você!


Com o coração em pedaços,
mas ainda dono de mim!
Se eu quiser amar eu amo.
Se eu quiser sofrer eu sofro.
Se eu quiser beber, e se quiser chorar...
Bebo e choro!... Se eu quiser brigar, eu brigo.
Se eu quiser morrer... Tudo isso eu posso!
Mas voltar atrás... Me enganar!
Isto eu não consigo...

LUIZ CAIO.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Amor secreto.


Se o mesmo sorriso brilhasse,
e o mesmo rosto, de qualquer forma,
novamente surgisse... Eu reconheceria...
Mesmo depois de tanto tempo!
Se a mesma voz soasse em meus ouvidos,
e o mesmo perfume me invadisse a alma.
Ainda que não se mostrasse... Eu saberia!
Se o mesmo olhar me flechasse o peito.
Se um dia, eu te reencontrasse...
faria tudo diferente... Desta vez te diria!...


LUIZ CAIO.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Inocentes...


Uma mulher assim como você,
É capaz de deixar um homem como eu
exatamente assim como estou...
Desatento ao que diz.

Já não faz mais sentido o que digo
toda vez que não estou contigo...
E é por isso que eu nunca
espero ser compreendido!

Não espero que saibam o que sinto.
Não espero que saibam o que penso.
Há muito tempo, porém, te desejo...
E sei que você sabe disso!

Sei que você não é culpada,
do tolo que sou por te amar...
Quem afinal é culpado,
por ser o tolo que é ?
Somos os dois... Inocentes...


LUIZ CAIO

domingo, 25 de maio de 2008

O ultimo espetáculo (conto)


meu sonho sempre foi dançar. A minha família... Analisando bem, é toda formada por artistas... Toda, que eu digo, é no sentido de pai, mãe, e irmãos, entende ? Meu pai sempre foi um grande pintor de quadros, pintava quadros lindos ! Eu não entendo como alguém com um dom tão bonito, podia, ter uma mente tão pequena,"e tão terrivel" ! Vai ver foi por isso, que seus quadros jamais passaram os limites do interior da nossa casa ! Minha mãe tocava muito bem o piano, e cantava divinamente... Tinha o sonho de alcançar o estrelato. Mas daí ela se casou... Eu sei que não deveria ter nada a ver ! Mas de alguma maneira ela deixou que podassem as suas possibilidades, e acabou desistindo e se dedicando apenas ao lar... Eu tenho três irmãos mais velhos do que eu. E também os considero artistas... Artes marciais! Quando tudo começou, meu irmão mais velho estava com vinte e um anos de idade, e já era faixa preta em caratê. O outro abaixo dele, tinha dezesseis, e estava trilhando o mesmo caminho.E o outro tinha dez. Mas este gostava mais de judô! Nenhum dos meus irmãos, e isso eu posso garantir, passaram de algumas medalhas sem expressão, e muitos tapinhas nas costas... Quando meus irmãos estavam com estas idades que mencionei, eu estava com apenas cinco anos de idade. É claro que meu irmão mais velho não iria perder tempo. Ele, pensando em preparar o novo lutador da família, começou a me passar os treinamentos... E ficou muito surpreso com a elasticidade do meu corpo, e com a leveza dos meus movimentos. Ele passou a dizer a todos, que eu seria o ninja da família... Meu pai já estava todo orgulhoso, ele via em mim a esperança, talvez, de uma medalha olímpica, ou algo do gênero. Mas quanto mais eu ia crescendo, ia percebendo que aquela coisa de luta não era para mim... Com dez anos, eu conheci a Nicole. Filha da dona de uma escola de ballet... Ela tinha apenas oito anos, e era a melhor aluna lá da escola... Também, filha da professora! É, mas não era só isso não! A menina era boa mesmo... Ela e eu ficamos muito amigos, e passei a freqüentar a escola, mas só como espectador. Um dia, Dª. Sofia, mãe de Nicole, professora e dona da escola. Me deixou fazer uma aula grátis... Ela ficou impressionada com a facilidade com que eu pegava os passos... Não sei por que tanto espanto ! Afinal, eu já não estava há dias, vendo-a ensinar aquilo pros alunos ! Cada uma hein ! Mas o fato foi que ela não me deixou mais sair de lá... Eu disse que não podia pagar as aulas. Ela disse que não seria preciso... Eu disse que minha família, principalmente meu pai, não permitiria... Ela disse que depois a gente pensava numa maneira de contar a eles. Mas ela fez muita questão de saber de um importante detalhe... Ela me perguntou se eu estava mesmo disposto a enfrentar a dureza dos treinamentos, alguns comentários preconceituosos que provavelmente surgiriam... Enfim, enfrentar tudo, a fim de me tornar um grande bailarino... Um grande bailarino, ela disse! E eu respondi que sim... Que era tudo o que eu queria! Então passei a treinar duro. E com o tempo passei a não mais freqüentar as aulas de caratê. Meu irmão disse que se eu não me empenhasse mais nos treinos, iria me tirar do grupo... Ele disse apenas para me assustar. mas daí eu falei que não queria mais mesmo... Nesta ocasião, eu já estava com quase treze anos. E junto com Nicole, já era mais que uma promessa para o mundo da dança... Quando abandonei o caratê, meu irmão nem se importou. Ele era como a Dª. Sofia, queria junto com ele apenas quem estivesse com muita vontade de aprender o que ele estava se propondo a ensinar... Mas meu pai ! O meu pai ficou P. da vida... Veio falar comigo, ameaçou, lá do jeito dele ! Mas eu não quis saber não !... O pessoal lá em casa, percebia que eu sumia de vez em quando. Mas ninguém sabia por onde eu andava... Só a minha mãe ! Um dia eu fui conversar com ela sobre o assunto. Eu estava muito feliz, pois havia atingido um grau muito alto no ballet, e já estava sendo observado por profissionais experimentados, que poderiam me encaminhar à uma boa companhia de dança... Eu pensava em contar para todo mundo. Mas só a reação da minha mãe já foi o suficiente para eu desistir... Ela reagiu como se eu tivesse chegado para ela e dito: Mãe, eu sou gay ! Ela me proibiu de falar ao meu pai sobre o assunto... Disse que ele ficaria muito decepcionado... Decepcionado ficou eu, com ela ! Mas mesmo assim, mantive o segredo... Até que chegou um tempo em que não foi mais possível esconder o que eu andava fazendo. Daí todo mundo ficou sabendo, e a cidade inteira começou a comentar... Mas ao contrario do que imaginei que seria, os comentários não eram nada maldosos... A não ser por parte de meia dúzia de ignorantes... Minto !... Uma dúzia de ignorantes. Só a minha família já dava quase meia!... Meu pai me chamou para conversar. Foi uma conversa difícil, alias, foi uma conversa impossível... Ele me chamou de tudo de ruim, que você puder imaginar. Mas aí, eu já não era mais nem uma criança, e falei para ele tudo o que pensava... Eu só tinha quinze anos. Sei que deveria respeitá-lo ! mas ele me desrespeitou primeiro. E eu nem faltei com o respeito, apenas disse a verdade... Eu disse para ele, e para a minha mãe, “de quem eu esperava um apoio que não veio”, e para os meus irmãos também, que não se manifestaram, mas me lançavam um olhar de decepção... Eu disse que eles eram todos frustrados na vida. Pois nenhum deles havia alcançado o objetivo que almejaram... Eram todos uns fracassados ! Eu chutei o balde mesmo ! Meu pai já havia me humilhado, me colocado abaixo de zero! Nem mãe, nem irmão... Ninguém tentou argumentar com ele... Pro inferno todo mundo! "Eu pensei, mas não mandei." Antes tivesse mandado! Pois meu pai me mandou para bem mais longe... Mandou-me embora, e disse que era para eu nunca mais pisar naquela casa. E logo corrigiu... E disse que o melhor que eu poderia fazer, era sair da cidade e não voltar nunca mais. Pois se um dia eu retornasse, e ele ficasse sabendo. Não pensaria duas vezes, antes de me dar um tiro... "Isso lá é coisa de um pai dizer ao filho!" Mas eu fui embora... Passei a primeira noite no salão da escola. A Dª. Sofia quis me segurar de toda maneira, Chamou-me para ficar na casa dela, mas eu é que não queria mais ficar naquela cidade. Então, no dia seguinte fui embora para uma cidade próxima... Passei alguns dias na rua, junto com uns moradores de rua, que foram muito gente boa comigo. Dormi por uns dias, embaixo do viaduto junto com o pessoal... Mas tudo isso, era só até eu arrumar um bom lugar para poder ficar. Só que eu nem tive que procurar muito, pois Dª. Sofia, que há dias estava me procurando. Me encontrou, e me levou para uma casa que ela tinha naquela mesma cidade... Ela conversou comigo, e me convenceu a aceitar sua ajuda... Como se fosse preciso me convencer! Mas é que eu estava tentando demonstrar um pouco de orgulho. sabe como é ? Mas na realidade eu já esperava mesmo que ela aparecesse... Ela já havia me falado a respeito de uma possível viagem para o estrangeiro. Dª. Sofia era muito bem relacionada no mundo da dança clássica. Ela era uma empresaria... Não sei se é bem essa a definição para o que ela fazia. Eu nunca me acostumei com esta parte burocrática da coisa. O fato é que ela já havia encaminhado dezenas de bailarinos clássicos, para as diversas companhias de dança do mundo inteiro... Mas no meu caso, e no de Nicole, era muito diferente ! Ela não só iria nos encaminhar, mas também, nos acompanhar durante toda a nossa trajetória profissional, lá na Rússia... Isso mesmo ! Na Rússia ! As maiores companhias de dança clássica, e contemporânea, estão lá... Por isso ela foi lá me tirar da rua, e me levar para sua casa... Eu sei que ela não fez isso por mim, e sim pelo dinheiro, prestigio, e tudo mais que ela esperava ganhar com a minha provável ascensão! Eu sei que, se eu não fosse um bom bailarino, ela não se importaria comigo! Mas o fato é que de alguma forma, ela se importou, e me ajudou... Porque eu valia a pena! Mas eu sabia da minha importância para ela... Nicole e eu fazíamos uma dupla perfeita ! E mesmo precisando de uma autorização dos meus pais, para que eu pudesse viajar, e não tendo... Ela deu um jeito e me levou juntamente com sua filha Nicole, para Moscou... Eu nunca me preocupei, sabia que conseguiria! E depois de ficarmos por algum tempo em uma companhia de porte médio. Finalmente o nosso talento foi reconhecido, e fomos contratados por uma das maiores companhias de dança clássica do mundo... E daí para o estrelato,foi preciso apenas um pequeno salto... Nós chegamos ao topo... Nicole e eu, passamos a ser considerados os maiores bailarinos clássicos da atualidade. E viajamos em turnê pelo mundo inteiro... Ou quase! Apesar de muito requisitada no Brasil, a famosa dupla, Fred e Nicole... Nunca havia se apresentado em seu país de origem. Dª. Sofia e Nicole, sempre quiseram aceitar aos convites, mas sempre respeitaram o meu tempo... Elas sabiam que no momento certo, eu também iria concordar em voltar ao Brasil. E o momento finalmente chegou. Nós já estávamos bem famosos. Eu já não tinha para onde crescer. Então pensei que seria um ótimo momento para voltar, e mostrar à minha família que eu havia conseguido... Que havia me tornado um artista importante, motivo de orgulho, e não de vergonha, como eles haviam imaginado... E assim, depois de sete anos afastado do país. Dª. Sofia, Nicole, eu, e mais a companhia inteira de dança, Chegamos ao Brasil... Eu fiz questão, “e tive todo o apoio de Nicole,” de que a nossa ultima apresentação no Brasil, fosse em nossa cidade, aonde todos os amigos, “parentes”, e conhecidos, poderiam nos ver... Ao contrario do que possa parecer, eu não pretendia esfregar o meu sucesso na fuça da minha família! Na realidade, eu queria revê-los. Mostrar sim, que havia vencido! Mas acima disso, eu queria poder abraçá-los, ver, e sentir de perto, o tamanho do orgulho que eles deveriam estar sentindo de mim ! E foi com esta expectativa que pisei o palco daquele imenso, e belo teatro, que havia sido construído especialmente para receber a nossa companhia. Já havia um bom tempo que eles esperavam por nossa visita. Demoramos, mas finalmente chegamos à cidade. E eu, particularmente, fiquei muito feliz pelo carinho, com que fui recebido pelo povo de lá. Nicole e eu, éramos verdadeiros ídolos para eles... Confesso que não esperava tanto ! Só por isso já valeu a pena ter passado por tudo o que passei para chegar até aqui !... Na noite da nossa apresentação, o teatro estava superlotado. Não havia uma cadeira vazia... Mas havia as cadeiras reservadas à minha família. Numa primeira olhada que dei, eles não estavam lá. Mas logo em seguida pude os ver chegando... Estavam todos lá!... Meus irmãos não haviam mudado nada ! Minha mãe estava um pouco sofrida, e aparentava ter mais idade do que tinha realmente. Meu pai estava ainda pior... Bem mais velho, e acabado. E para piorar, ainda estava em uma cadeira de rodas... O que teria acontecido com ele!... Fiquei muito triste em vê-lo naquela situação! O espetáculo começou, e eu quis fazer o meu melhor, em homenagem a eles. E fiz... Ou melhor! Estava fazendo... Naquela noite, eu interpretava dançando como nunca!... Durante a apresentação, consegui olhar nos olhos da minha mãe... Ela me olhava com um olhar sem expressão... Daí eu sorri para ela, e ela também sorriu ! Meus irmãos me olhavam admirados. Pareciam orgulhosos... Eu pude perceber isto ! Mas notei que meu pai não havia me encarado uma vez se quer... Mas foi só até aquele instante... Naquele instante ele me olhou, no exato momento em que eu também o olhei. Então os nossos olhos se cruzaram, e os nossos olhares... Seu olhar era duro ! O meu era bem mais suave... Procurei encontrar alguma ternura em seu olhar... um pequeno motivo para lê sorrir. Não encontrei... Mas o sorri mesmo assim ! Ele não correspondeu... Apenas me olhava inexpressivamente. De repente seu olhar ficou estranho... Ele foi pondo vagarosamente, a mão direita por baixo da almofada da cadeira, na altura da sua coxa, e retirou de lá um revolver... E, ainda me olhando nos olhos, apontou a arma em minha direção, e começou a disparar descontroladamente... O primeiro me acertou o peito. O segundo também... O terceiro eu nem sei ! Mas sei que foram pelo menos três!... Daí pra frente eu não vi. Daí pra frente, eu nem percebi que o meu corpo estava ficando só, e a minha vida partia, sabe-se Deus para onde ! Mas enquanto eu ainda estava lá... Pude ver as pessoas, todas desesperadas, tentando salvar-me a vida... E meu pai ali, imóvel... Deplorável figura. Refém do rancor e da inveja... Vitima de seu próprio fracasso ! Ele disse que o faria. Mas enquanto eu ainda estava lá. Perguntava a mim mesmo... Será que se eu também tivesse fracassado, ele teria da mesma forma, cumprido a sua promessa ?...


LUIZ CARLOS.

sábado, 24 de maio de 2008

Quem te viu, e quem te ve !



Eu fui parar na sarjeta ,
e me recuperei !
Precisei descer bem baixo,
para poder me reerguer...
Quando você chega
ao fundo do poço,
não há mais para onde cair...
Ou você se levanta,
ou você esta morto!...


LUIZ CAIO

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Primeiro amor

O primeiro amor, é como o anoitecer...
Se você não o quiser, ainda assim ele virá !

Virá como uma doce calmaria.
Ou uma forte tempestade...
O momento maior da sua dor.
Ou da sua felicidade !

O primeiro amor fica marcado,
Como que a ferro na memória...
Lembranças distintas de um passado,
Importante para cada história...

Histórias de pessoas que se amaram.
Histórias de amor, que ainda resiste !
Histórias de alguém que foi feliz.
Histórias como a minha... Que foi triste !


LUIZ CAIO

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Solitária vida breve...

Um breve vento de esperança
Seu olhar no meu sorriso.
Um vento breve, muito breve...
E o meu sorriso se desfez !

Um breve instante de tristeza.
O meu olhar ao céu cinzento.
Um instante breve, muito breve...
Ando cansado de chorar !

Um breve adeus, um até breve !
Vou muito além do horizonte.
Quero estar onde o sol nasce,
ou então, onde ele se esconde.

Uma solitária vida breve.
De solitários sentimentos.
Mas tudo breve, muito breve...
A vida é só uma passagem !


LUIZ CAIO

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O capoeira.

No tempo da escravidão,
eu seria escravo.
Aquele tempo não foi brincadeira !
Mas seria o mais perigoso...
Sou negro, valente, e capoeira.

Açoitado, seria, como todos os outros.
Pela chibata dos animais sem razão...
Mas o feitor que se cuidasse !
Bobeasse, estaria no chão.

O quilombo dos palmares,
fundaria junto com zumbi.
Negro guerreiro... Igual nunca vi !
E os senhores de engenho que se cuidassem !
Nas caladas... Estaria ali...

Mas eu não fui, e nem sou escravo.
Graças a Deus !... Sou de paz,
guerrear à toa é besteira !
Mas meus inimigos que se cuidem !
Sou negro, valente, e capoeira...


LUIZ CAIO.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Reflexão


Duelei comigo mesma .
Me feri no fundo da alma .
Transgredi minha inocência,
Ou conceitos morais...
Mal não fiz a ninguém !
Só a mim mesma...

Texto de ( Vanda de Almeida Sipriano)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Moldura


Você me interessa
Mas nem sei o seu nome.
Eu sou o seu perigo
Você a minha fome.

Você é o belo quadro
Eu sou sua parede.
Sou homem no deserto.
Você é minha sede.

Eu sou o seu problema
Você meu sentimento.
Eu sou o seu estranho.
Você meu pensamento.

Eu sou o velho vaso
Você a bela flor.
Sou seu apaixonado.
Você... A minha dor !


LUIZ CAIO.

domingo, 18 de maio de 2008

O mistério de Clara... ( A batalha final )


Clara foi vitima de um atentado, e ficou mortalmente ferida. Os médicos já não davam qualquer esperança de recuperação... Mas a vigília da população frente ao hospital fazia com que eles fizessem o Maximo possível para, pelo menos, manter-la viva... Mas a grande batalha de Clara pela vida, não estava sendo travada ali... ___ Depois de surgir naquela cidade, para ela estranha, Clara caminhou por quilômetros perdida, mas após um novo encontro com a suposta avó de Branca, ela finalmente se encontrou, e agora já sabia muito bem o porquê de estar ali... Aquela cidade era onde Branca vivia antes de ir para S.José. E Clara chegou por lá em um tempo anterior ao da primeira morte, a que iniciou a historia em que ela acabou sendo envolvida. A sua missão não era nada fácil. Mas ela já sabia o que precisaria fazer... E iniciou-se então a batalha de Clara contra o que ela denominou de, o multe faces... Clara teria que usar conjuntamente a sua inteligência, e sensibilidade para descobrir quem era o multe faces, antes que ele cometesse o primeiro crime. E quem seria a primeira vitima ? A vitima, que daria inicio a historia, seria o namorado de Branca. Ele seria assassinado pelo multe faces diante de uma casa de shows, em certa madrugada. Na ocasião Branca estava presente. Multe faces não conseguiu ir muito longe e foi pego pela policia. Outras pessoas também reconheceram o criminoso, mas Branca conhecia a vitima, estava com ela, Portanto foi mais enfática no reconhecimento, e mais útil para a policia. E por esta razão, também seria assassinada posteriormente... Clara chegou à cidade e seu primeiro passo foi encontrar Branca... Mas ela preferiu não se aproximar, à acompanharia a distância. Clara também havia invertido as situações com relação ao multe faces, já que alí, ele nem sonhava com a existência dela... E ela, embora não o pudesse reconhecer facilmente, sabia que ele estaria ali, e quais seriam os seus passos... Não foi difícil para Clara acompanhar os passos de Branca. Tudo já havia sido preparado, por aquela senhora idosa que já não mais aparecia... Ao encontrar Branca, Clara passou também a conhecer um outro personagem da historia. Tratava-se de Guto, o namorado de Branca... Na idéia de Clara, Guto era o fio da miada ! E então passou a acompanhar os passos dele, dia e noite... Ela o acompanhou a distância, desde o primeiro dia em que o viu ao lado de Branca, e percebeu que se tratava mesmo do namorado dela. Ela pretendia, através dele, encontrar o multe faces antes do dia do crime : __ Eu não posso deixar que esse rapaz morra! Dizia Clara a si mesma. Ela sabia que a possível morte de Guto se daria durante a madrugada, e que ele estaria acompanhado de Branca. Mas ela não poderia simplesmente, esperar que o dia chegasse, e que tudo começasse a acontecer para tentar agir. Até porque, ela não sabia o dia exato em que o fato se daria... O dia exato!... “Clara ficou pensativa...” De repente uma idéia lê passou pela cabeça... É isso! “Exclamou Clara, eufórica.” Eu cheguei aqui na segunda. O crime aconteceu enfrente a uma casa de show, que só abre aos sábados. Supondo que as pessoas saiam de lá no momento do crime, ele teria acontecido num sábado... Hoje é sábado. E considerando que eu não tenho muito tempo, o dia só pode ser hoje ! Afinal de contas, se eu ainda tivesse mais uma semana inteira para agir, somando com a que já se passou, então eu teria bastante tempo !... Clara havia raciocinado bem, e ficou muito feliz com sua descoberta ! Mas por outro lado, ficou mais apreensiva, já que ainda não fazia a menor idéia de quem seria o multe faces...

“O segredo do multe faces”

Clara já sabia o dia, o local, e o período que teria que agir. Agora ela precisava saber mais sobre aquela historia, se não teria uma inexpressiva chance de alcançar o seu objetivo, e uma imensa possibilidade de fracassar... Foi então que Clara percebeu que havia chegado o momento de ter uma conversa mais esclarecedora com a velha senhora. Porem, antes precisaria encontrá-la... Mas realmente o momento era importante. E o tempo... O tempo era exato, e o momento seria único... A única chance ! Por isso, enquanto Clara pensava por onde começaria a procurar a velha senhora, ela simplesmente entrou pela porta da cozinha, da humilde casa onde Clara se abrigava, e se sentou junto a mesa, onde clara sempre ficava quando estava pensando... Clara não se assustou, e nem se admirou com a presença repentina da velha senhora. Afinal, era mesmo de se esperar que ela aparecesse ! Clara então quis saber tudo a respeito do multe faces. E a senhora, diante do avanço de Clara na missão, e do avanço também do tempo. Achou que era mesmo o momento de revelar quem era na realidade o multe faces... "Dizia a senhora:"
__ Este homem é um espírito do mau, com um objetivo, e uma horripilante missão a cumprir... Ele pretende se tornar um demônio, e para isso precisaria matar sete pessoas, e um anjo. E a cada pessoa que ele matasse, incorporaria um demônio... Por isso é que ele muda de rosto cada vez que comete um crime. Ele assume a forma do demônio que recebe... Mas cada crime que ele cometesse, teria que estar relacionado com o outro. Daí a estratégia dele, de sempre deixar uma pista para alguém descobri-lo. No caso do namorado de Branca, ele não sabia de nada, foi ligado ao crime anterior apenas por ser primo da vitima que, alias, ele nem sabia que havia sido assassinado, e nem que estava morto. Branca foi a sétima vitima. E ali ele não pretendeu deixar qualquer pista... Naquele momento, na mata, ele estava na situação que você esta agora... Precisava eliminar o anjo... (no seu caso é o demônio !) Sabia que ele estaria lá. Mas não sabia como ele era, nem quem poderia ser... Até aquele ponto, ele havia ido muito bem ! Com as sete pessoas que ele já havia matado, e mais o anjo que ele ainda teria que matar, ele se transformaria num demônio definitivo e muito poderoso... Mas daí, ele passou a cometer, falhas gravíssimas, e, pois em risco o plano que ia tão bem...

“Quem era Branca”

Branca era uma moça comum. Não era um anjo, como Clara ! Mas adorava a vida, e era muito feliz. Branca e Clara seriam grandes amigas... Teriam um laço muito forte de amizade ! E, ao mata-la, o multe faces cortou este laço. Branca, no entanto, não aceitou a própria morte, principalmente pela forma que aconteceu... (Ela havia sido estrangulada !) por isso seu espírito saiu vagando sem rumo certo, mas tentando encontrar uma saída... Branca estava morta, mas seu espírito vivo. E o laço que a ligava à Clara, era uma coisa de alma... Como almas gêmeas !
Por isso, e por Clara já estar mesmo destinada a fazer parte desta historia, foi que Branca a
encontrou, e se agarrou a ela como sua ultima esperança...

“Demônio não reconhece o anjo”

Multe faces havia chegado muito próximo de cumprir sua missão. Faltava apenas eliminar o anjo... Ele se encontrava lá no local do crime, exatamente porque sabia que o anjo também estaria lá. Ele pretendia naquele momento, apenas identificar o anjo, e se afastar, mantendo-o sempre a vista ! Em um outro momento, “daquele mesmo dia,” já com total domínio da situação, e conhecimento sobre o anjo, ele já teria a forma perfeita para eliminá-lo, e se transformar num demônio, ainda mais poderoso que o seu próprio pai, e mestre... Multe faces não poderia perder a oportunidade que estava tendo, de eliminar o anjo no calor daquele dia, enquanto ele estaria totalmente inocente, “já que ainda nem sabia que era um anjo”, e indefeso, por nem imaginar que corria risco de vida... Mas aí, multe faces falhou pela primeira vez. Ele não reconheceu o anjo que estava á sua frente, nem mesmo quando o anjo manifestou a sua presença... E pior ! Foi reconhecido, e prejudicado pelo anjo, mesmo sem o anjo ter a menor noção de quem ele era... Ele não possuía nenhum outro poder extra terreno, alem de se transformar, em determinadas situações, e nas mesmas situações, entrar e sair facilmente de qualquer lugar... Não era o caso naquele momento em que Clara o identificou, e o denunciou como assassino de Branca... Por isso ele saiu rendido pelos policiais, e não pode arquitetar o plano de acabar com Clara, ainda naquele mesmo dia... Multe faces perdeu muito tempo ! Mas Clara também demorou muito para sentir o perigo, e sua situação voltou a se complicar...

“Demônio recupera a vantagem”

ainda no dia de todo este acontecimento, Clara foi até a casa de Branca, e se encontrou casualmente com a velha senhora... Aquele seria o momento exato, para Clara tomar ciência de toda a situação, e se preparar à altura, para poder enfrentar em igualdade de condições, o espírito multe faces. A senhora, embora tenha dado algumas pistas, e até dito que poderia esclarecer tudo para ela. Não podia, naquele momento, influenciar mais diretamente em sua decisão... Clara não percebeu nada e foi embora, da mesma maneira que chegou, “sem saber de nada.” Quando ela resolveu finalmente procurar a velha senhora, infelizmente já era muito tarde, “para ela!” Pois o multe faces já havia tido muito tempo para se reorganizar, e preparar um plano infalível para eliminar Clara... A velha senhora acompanhou a distância, todas as etapas do plano contra Clara. Ela tinha esperança que Clara a procurasse antes, daí elas poderiam anular o terrível plano. Mas ela demorou, e quando veio já não dava mais tempo...
A velha senhora sabia que Clara seria assassinada naquele mesmo dia. Ela não teria como se defender do multe faces, que já estava à espera dela... Se ele conseguisse, se transformaria no mesmo instante, no demônio mais poderoso de toda a historia... E ele certamente conseguiria, e mataria Clara definitivamente... A não ser que ela, “a velha senhora,” chegasse antes... E ela chegou... O multe faces viu seu plano todo desabar, no momento em que Clara foi atropelada... Clara estava realmente correndo um serio risco de vida... mas assim, pelo menos ela ainda teria uma chance... E o multe faces falhou novamente, na hora de decidir !...

“A grande batalha”

Clara já não tinha como, e nem porque adiar o confronto. O multe faces teve a mesma oportunidade que ela esta tendo agora, e falhou... Mas Clara não poderá falhar... Não impunemente ! Ela não conseguiu descobrir nada sobre a identidade do multe faces. Então teria que ser ali, na hora... Teria que ser agora... Este é o momento ! É sábado. É madrugada... Clara esta a distancia, observando as pessoas que estão à porta da casa de shows... Ela sabe que enquanto Branca e Guto não aparecerem, nada vai acontecer. Mas a partir do momento em que eles estiverem ali, ela precisará ficar bem mais atenta, porque daí tudo poderá acontecer. e a coisa poderá ser tão rápida, que se ela bobear poderá não ter tempo de agir... Mas enquanto ela esta aqui, tentando elimina-lo. O multe faces também esta agindo, e pronto para eliminá-la de uma vez por todas... Lá, no hospital da cidade de S. José. Nenhum dos dois poderá falhar... Ou melhor ! O multe faces até poderia, Se Clara falhar primeiro... O numero de pessoas começou a aumentar. Clara ficou atenta. Ela já avistou Branca e Guto. Eles estão ali, junto com as outras pessoas. Ela tenta perceber alguma pessoa suspeita... Clara não sabia de que recursos utilizaria para abordar o multe faces quando ele aparecesse. Mas ela não estava preocupada com isso. Ela sabia que o importante seria perceber o momento, e impedir o assassinato de Guto... Clara já podia perceber uma pequena agitação. As pessoas começavam a se alterarem por ali... Ela não notou ninguém estranho... Guto havia sido morto a facadas. Ela não conseguia ver ninguém armado por ali... Clara estava a uns cem metros do local. Teria que perceber tudo antes, para poder chegar a tempo de fazer alguma coisa ! Ela observava atenta, o movimento à sua frente... Foi quando ouviu uma freada brusca de automóvel atrás de si... Virou-se assustada. O automóvel havia parado há uns cinqüenta metros dela... Era um carro preto, com os vidros escuros... Um homem desceu e começou a caminhar apressadamente rumo ás pessoas que se encontravam reunidas ali, no local do possível crime... Clara achou que poderia ser ele, mas não tinha certeza... Mas ela também não tinha tempo. Precisava decidir rápido... E decidiu !... Correu na direção oposta a do suspeito. Correu para o automóvel. Entrou no carro... Nunca tinha dirigido antes ! Mas ela sabia que nada daquilo era por acaso. Ligou o carro, engatou a marcha, Pisou no acelerador e saiu... Ela nem sabia se era mesmo aquele homem. Mas foi pra cima dele mesmo assim... Ele percebeu o carro vindo em sua direção e começou a correr. Ele não estava muito longe do pessoal, então logo alcançou à calçada, e se misturou ás pessoas... Clara estava em alta velocidade, e a um triz de avançar sobre a calçada e matar dezenas de pessoas inocentes... As pessoas apavoradas corriam tentando se livrar, e Clara já estava muito encima. O pior iria acontecer... Mas no ultimo instante, ela girou o volante para o outro lado, e o carro se desviou e bateu violentamente em um poste que havia na esquina... Ninguém foi atingido. Mas o carro ficou todo retorcido. Depois do susto, as pessoas correram todas para tentar socorrer quem por ventura, estivesse dentro do automóvel. Constataram que havia apenas uma moça, presa entre as ferragens. A policia não tardou a chegar. Em seguida chegaram os médicos, e os bombeiros... As pessoas foram mantidas a distancia. De repente os médicos ficaram com uma expressão desesperançada no rosto... Não havia nada mais a ser feito... A moça estava morta !... E desta vez não houve estratégia. Ela nem chegou a ser socorrida ! Clara estava morta... Irremediavelmente !... A poucos metros do local do acidente, uma senhora olhava entristecida, o desfecho da historia... A velha senhora deixou o local, caminhando lentamente, e pensando assim... "Nas historias de ficção, o mal nunca vence. Mas aqui... Porque que ela não foi até o fim ? Ela deveria ter ido até o fim !...


Na cidade de São José

No hospital da cidade, Multe faces, mesmo tendo a informação de que Clara já era considerada pelos médicos, clinicamente morta. Ele foi até lá para deixar a sua marca, e eliminar qualquer chance do anjo sobreviver... Ele não tinha conhecimento da batalha que já havia sido travada, lá na outra cidade, e em outro tempo... Ele entrou no quarto. Os médicos estavam agitados. O aparelho pelo qual Clara respirava, disparou... O coração havia parado. Começou a luta para tentar salvar a garota... Era inútil ! Ela já estava morta... Multe faces ergueu os dois braços, abertos, e gritou um grito de vitória, e disse: __ Eu sou o demônio mais poderoso de toda historia ! Foi quando ele sentiu algo pontiagudo rasgando-lhe as costas... Era Clara, que surgiu no quarto feito um raio, e o atingiu violentamente... Multe faces caiu ao chão, de bruços. Tentou se levantar. Mas Clara o atingiu novamente, cravando-lhe nas costas, uma espécie de estaca... Multe faces voltou a cair , e começou a rolar de dor, e a urrar feito um bicho... Ele foi se contorcendo, urrando, se contorcendo, urrando... Até desaparecer... Clara olhou para a cama onde ela mesma estava deitada, e viu os médicos fazendo de tudo, na tentativa de ressuscitá-la... Tudo inútil ! Ela precisava ir embora ! Clara foi ao chão, desacordada...

Chegando à cidade

O ônibus de viagem estacionou na parada... Duas moças que se conheceram durante o trajeto saltaram sorridentes. E uma senhora muito simpática, se ofereceu para ajudá-las com as bagagens. Elas aceitaram a gentileza. Havia um clima pesaroso na cidade :__ Aconteceu alguma tragédia por aqui ? “Perguntou uma das jovens”. Ah, sim! “Respondeu a senhora”... Um homem foi estupidamente atropelado a semana passada, e morreu hoje de madrugada... As pessoas estão meio chocadas !... A propósito! Como vocês se chamam: __ Eu me chamo Clara... E eu me Chamo Ana, mas todos me conhecem por Branca... As três seguiram cidade adentro...


O raciocínio de Clara.

Clara venceu a batalha contra o demônio porque usou a inteligência... Quando ela viu aquele carro preto, e notou que ele era idêntico ao que á havia atropelado, na outra cidade. Ela logo imaginou que o carro seria a primeira peça do quebra cabeça... Quando ela não identificou o condutor do veiculo, como o demônio, daí ela se preocupou ! Mas logo ela raciocinou de maneira lógica. “Ela pensou...” O crime vai acontecer ali... E vai acontecer agora. E se o multe faces não apareceu para mim, então quer dizer que eu não precisarei saber quem é ele, para poder agir... E também não é preciso que eu o elimine, exatamente aqui ! Eu apenas preciso impedir que o crime aconteça... Porque se o crime não acontecer, todo o restante da historia, a partir dele, também não terá acontecido... Inclusive eu... Eu também não estarei aqui ! Portanto, se eu partir com este carro para cima de todas aquelas pessoas, todos vão correr o quanto possam, e se preocuparão apenas com as próprias vidas... Inclusive o assassino, que com certeza já deve estar até com a arma em punho, pronto para executar o crime ! Depois eu jogo o carro no primeiro poste que encontrar, provoco a minha própria morte, e assim, o assassino Por mais que quisesse, não teria a menor condição de praticar o crime naquele momento. E como ele nem imaginava que daquele ato dependia a sua própria vida, ele não iria se empenhar tanto em cometer o crime naquela mesma noite... Muito diferente do outro, que esta lá em S. José ! Aquele sim Sabe, e muito bem, que precisa me destruir a qualquer preço ! E enquanto eu estou aqui, ele esta lá, só esperando o momento certo para dar o bote... Eu vim para cá como um espírito. Mas aqui eu sou uma pessoa. Eu precisaria morrer, ou quase isso, para poder voltar como eu vim...
“E foi exatamente o que ela fez. E por isso, ela conseguiu... "


LUIZ CAIO.

sábado, 17 de maio de 2008

Liberdade de expressão.


Não escrevo para atender rotulagens.
Não escrevo para atender classificações poéticas.
Não escrevo a favor, ou contra a ética.
E não imponho a meus versos formas milimétricas.

Sempre acreditei que a poesia fosse natural do
Espírito e do coração... Eu não sabia de tanto rigor !
Eu não sabia dessa guerra cultural pró-intelectos !
Jamais pensei que à poesia, se impusesse tais aspectos...

Mas vou seguindo o meu caminho sem amarras !
Livre como a minha poesia.
Livre como o canto das cigarras.

Também não escolho das mãos,
as costas ou a palma...
Bem virá, o que tocar a minha alma !


LUIZ CAIO.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Faces do silêncio


Quem cala consente ? Nem sempre !
Às vezes quem se cala, apenas evita...
Pois o aborrecimento certamente virá
Se a tudo se for dar assunto.
Calar-se, às vezes, é a melhor resposta !
Quem cala nem sempre está consentido.
Pois às vezes o silêncio vem mesmo
como um sinal de protesto!
O silêncio, também às vezes, nos torna sábios...
Quando não sabemos ao certo o que dizer !
Por tanto! Quem cala reflete...
Quem cala protesta ! Quem cala consente...
O silêncio tem mil faces !


LUIZ CAIO

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O mistério de Clara... ( Parte 2 ) "A viagem"


Depois de tudo o que se passou com a jovem Clara na pequena cidade de S. Jose, ela há tempos não falava com ninguém sobre o assunto. Mas alguma coisa ainda a incomodava... De algum modo ela sentia que aquela historia ainda não havia terminado... Então um dia Clara decidiu enfrentar a situação, e passou a tentar entender o mistério que havia por detrás da sua impressionante historia... Na ocasião da trágica morte de Branca, Clara foi até a casa onde Branca morava. E lá encontrou uma senhora bem idosa que se apresentou como avó de branca, e se prontificou a esclarecer toda a situação, mas só quando Clara estivesse preparada para entender... Clara na época sentiu medo, porque alem de já estar muito assustada com a maneira que tudo aconteceu, também sabia muito bem que Branca não tinha nenhum parente na cidade, e ninguém ali também conhecia a tal senhora... Mas agora, depois de algum tempo, ela decidiu ir procurar a suposta avó de branca... No que fez muito bem! Pois Clara também corria perigo ! A senhora com ar misterioso, disse a Clara que ela já havia perdido muito tempo, e que precisava se apressar... Dizia a senhora: Filha, eu não tenho muito tempo. Por isso vou te dizer apenas o necessário !__ A minha neta foi vitima de uma vingança. O assassino não vai ficar preso por muito tempo... Talvez ele já tenha até fugido! Mas você não o reconhecerá por sua aparência, pois ele não é realmente como você o conheceu... Na verdade ninguém sabe como ele é, pois ele modifica o próprio rosto, não se sabe como ele faz isso! O fato é que ninguém o reconhece... E quando ele foge do presídio passa a viver tranquilamente como uma pessoa livre... Até matar novamente ! E a vitima é sempre quem o denunciou, ou poderá denunciar... Por tanto minha filha ! Você se enquadra nas duas situações, porque você já o denunciou uma vez, e poderá fazer novamente... Mas só se ele permitir ! E ele nunca permitiria que uma pessoa o denunciasse pela segunda vez... A primeira vez parece fazer parte do seu jogo... Ele precisa sempre de uma próxima vitima ! Filha! Você é a próxima vitima. E será muito difícil para você conseguir sair dessa situação. Porem, você leva uma grande vantagem sobre as outras que não conseguiram... Você sabe que há alguém lutando contra você, e sabe do potencial desta pessoa. No entanto, a pessoa sabe muito bem quem é você! E você não sabe quem é ela... E olhando-a apenas, você nunca saberá. Terá que ter a percepção bem acima da atenção para poder notar a presença do seu predador. Mas eu temo que você não tenha mais tempo ! Sinto que a sua única chance, será se você puder voltar... Se você conseguir, a chance não será só sua... Boa sorte filha ! Clara voltou-se à janela e pensou... Meu Deus ! E agora ? Voltou-se novamente a direção da senhora e disse: E como eu vou... Parou repentinamente... A mulher já não se encontrava mais ali. Olhou para os lados, foi até o portão, e nada. Havia umas pessoas na rua, ela pensou em perguntar alguma coisa, mas desistiu... Clara não sabia o que fazer ! Voltou para dentro da casa, mas logo resolveu sair novamente... Onde se enfiou a avó de Branca ?... “Pensou!” E por onde começarei a desenrolar esse novelo ?... E com esses pensamentos, Clara foi saindo da casa, caminhando em direção a rua. Mas quando a misteriosa senhora disse que temia que Clara talvez não tivesse tempo, ela não estava exagerando... Logo ao pisar na calçada, Clara já notou desconfiada a um carro preto de vidros escuros parado na esquina. Parecia que a estava esperando... E estava mesmo ! Ela percebeu, mas mesmo assim saiu à rua... Começou a andar apressada. Era dia ainda ! Muita gente na rua... Ela não acreditou que aquele automóvel viria mesmo para cima dela... Mas ele veio ! Ela pensou que seria apenas um susto, pelo menos naquele instante... Mas não era só isso ! E aquele misterioso automóvel que já a esperava com o motor ligado. Quando a viu saindo, veio com tudo em sua direção. Clara olhou para trás, tentou correr o mais que pôde, mas foi inútil... O veículo a atingiu violentamente jogando-a a metros de distância, e depois a atingiu novamente no instante em que fugia... As pessoas correram para tentar ajudar a moça atropelada, mas ninguém teve coragem de mexer no corpo da garota. Chamaram a ambulância, a polícia, pessoas gritavam desesperadas... ­­__ “Meu Deus, que tragédia!” “Alguém socorra a moça!” Chegou o socorro e o numero de pessoas no local era cada vez maior. Os médicos num primeiro instante atestaram que a moça já estaria morta, mas a socorreram imediatamente temendo a fúria da população que já estava muito revoltada... Ambulância, viatura policial, muitas pessoas de automóvel, e a pé, seguiram todas para o hospital... E enquanto todos seguiam para lá. Ali, no local do atentado, Clara foi se levantando devagar... Pois a mão na cabeça, meio tonta, e meio perdida no tempo. Começou a caminhar sem saber para onde estava indo. De repente, a rua onde ela sofreu o atentado já não era mais a mesma rua... As casas, os lugares, as pessoas... Estava tudo diferente. Clara não estava entendendo. Foi quando levantou os olhos e viu a avó de Branca a olhando de longe... E o olhar daquela senhora parecia lê dizer: Anda, vai em frente ! Você precisa correr para voltar a tempo... Não tenha medo, vá em frente ! Você precisa salvar a sua vida, e as outras... E Clara seguiu em frente. Mesmo sem entender !... Ela seguiu em frente. Mesmo sem saber para onde !...


LUIZ CAIO

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O ébrio.

Largado pelas calçadas,
Sempre sujo e maltratado.
Quando não estou de porre,
me encontro embriagado.

Vou comendo o que aparece...
O que encontro jogado.
Vou cumprindo a minha sina,
estou pagando algum pecado.

Eu sou sempre humilhado.
De qualquer canto escorraçado.
Às vezes sou espancado,
e até mesmo apedrejado!

Mas nem sempre um indigente,
Foi assim tão desgraçado...
Eu já tive uma família!
Tive filhos, fui casado...

Já tive uma bela casa.
Tive amigos, grana, e carro.
Não gostava de bebidas,
muito menos de cigarros.

Mas uma fatalidade
tirou a minha família...
A história é muito triste,
eu te conto um outro dia.

Mas depois dessa tragédia,
a minha vida se acabou.
Do homem feliz que eu era,
Foi só isso que restou.

É, aqueles que me julgam,
e me tacham de bebum...
Eu alerto que esta sina,
Pode vir a qualquer um.


LUIZ CAIO.

terça-feira, 13 de maio de 2008

E se fosse com você ? (Conto)

Há coisas que só acontecem comigo! São tantas loucuras!... Com quem mais poderia ? E sorrio sozinho ! Ah !... Preste atenção agora nesta rua em que estou passando ! Eu passo sempre aqui, porque um dia encontrei uma nota de cinqüenta ali na esquina logo à frente. Isto me leva a idéia de que a mesma história pode se repetir a qualquer momento. Há um bar logo mais adiante, já em outra rua, no qual eu não entro nem a pau... É que uma vez eu ia passando lá em frente, e resolvi entrar para tomar um refrigerante. Mas, assim que cheguei à entrada notei um clima meio estranho no ar. Fiquei esperto! Tinha uns caras mal encarado tentando disfarçar, mas eu logo vi...Tratava-se de um assalto! E eu que não sou bobo nem nada, fingi que não havia percebido a situação, e fui saindo de fininho. Mas aí os caras me mandaram voltar... Só que mandando assim, só na base do grito eu nem quis saber, saí correndo ! Mas eu corri tanto, que nem me lembrei de chamar a policia. Talvez tenha sido melhor assim ! Afinal de contas ninguém morreu, ninguém saiu ferido. E como os caras me viram, e muito bem ! Eu também não fiquei marcado, já que não me portei como dedo duro... Sabe como é ! Esse pessoal é assim: Tão errado, mas não querem que ninguém fale nada ! E se falar aí complica ! Eles já querem logo dar baixa do endivido. Dessa eu to fora ! Acha que sou de entrar em fria de graça ! É, mas as coisas não estão tão boas para mim agora... É que hoje estou indo tentar resolver um problema muito sério... Eu vim até aqui com você, jogando conversa fora, apenas para baixar a tensão. Mas agora já era !... Ta vendo aquele barzinho ali na outra rua ? Então ! É o bar que eu falei que nunca vou. Alias não passo nem na porta... Eu não passo ! Mas só que a Rita, “minha namorada”. Há dois dias passou bem ali na frente, e veio me contar que um tal de ferradura mexeu com ela... Meu ! Se ela não me dissesse nada, e alguém viesse me dizer, eu poderia até dar uma de tonto, de desentendido... Mas ela veio me contar ! E porque ela veio ? Quer providências é claro ! E o pior é que comecei a namora-la há duas semanas apenas... E já me arruma uma presepada dessas ! Mas o fato é que agora estou aqui... O cara é perigoso, é casca grossa mesmo ! E nunca anda sozinho. Já eu... Bom ! Melhor nem comentar ! Fiquei dois dias pensando naquela história... "Do covarde vivo”. Um covarde vivo será sempre um covarde. Mas não viverá para sempre... Belo consolo ! Mas um herói morto será sempre um morto, e também será esquecido um dia... Sai dessa agora! Que barra hein ! Por isso é que cheguei até aqui com esta duvida ! Ainda bem que você veio comigo... Como não ? Será que ainda não percebeu ? Você também esta aqui !... E olha lá o ferradura ! Quantos caras tem lá com ele ? quatro ou cinco ? Ta vendo o volume na cintura dele ? Acho que é um revolver !... Ainda tem mais essa ! Mas agora não tem mais jeito ! Eu preciso resolver essa parada... O que você acha de... Hei !... Espera aí ! Aonde você vai ? Vai me deixar sozinho nessa ? Hei !... Volta aqui Covarde !... Vivo... Covarde ... É ! Pelo menos continuará vivo !... Ah, Ritinha! Você me aprontou uma boa hein ! E por falar nisso ! Aonde esta você agora, enquanto eu estou aqui ? Você parece que... Xiiii ! Disfarça ! O camarada já percebeu que o estou encarando. Só isso já é um bom motivo para ele vir pra cima de mim... Mas tudo bem ! Já passou mesmo da hora de resolver este assunto. E é bom que eu resolva logo, porque o ferradura vem vindo aí !... Ah meu Deus ! Fazer o que agora ? Duas semanas de namoro !... Rita meu amor, se ao menos você estivesse aqui para me ver lutar por ti !... Mas você não esta... Ainda bem ! Porque o ferradura ta chegando aqui... E olha ! Eu não sei se serei mesmo, a partir de agora, um covarde vivo... Mas com certeza não serei um idiota morto ! Querida, eu te amo mas dessa eu to fora... E tem mais... Agora é que não passo mesmo, nunca mais na porta desse bar ... E o ferradura ta chegando... Fuuuui !


LUIZ CAIO.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Arrisquei demais...


Queria estar de volta.
Agora que não estou mais contigo,
queria estar contigo como estive !
Te amar de novo, todos os dias,
e ser novamente o que sempre fui !
Mas aí já foi... Eu já fui !
E você nem se lembrou de chamar por mim.
E eu que sempre fui o seu amor,
pensei que você se lembraria !
E eu que sempre fui o seu amor,
Pensei que você não me deixaria partir...


LUIZ CAIO.




domingo, 11 de maio de 2008

FELIZ DIAS DAS MÃES!

UM BEIJO PARA TODAS AS MAMÃES DO BRASIL, E DO MUNDO INTEIRO!
OBRIGADA MAMÃE ! PARABENS PELO SEU DIA !

PARA VOCÊ MAMÃE! OI MAMÃE QUERIDA! NÓS AMAMOS VOCÊ!
LUIZ CAIO
A STª MARIA MÃE de DEUS, EU DEIXO UMA PERGUNTA ... NÃO EXISTE ANJO NEGRO ?

sábado, 10 de maio de 2008

O mistério de Clara... (Conto)


A pequena cidade de são José acordou assustada naquela manhã. Aconteceu um crime. Uma pessoa havia sido assassinada durante a madrugada, e a policia estava toda mobilizada entorno do caso. Os curiosos marchavam aos montes rumo ao local da tragédia. A policia militar se incumbia de preservar o local, enquanto a policia técnica buscava algum vestígio que levasse pelo menos a uma pista de quem pudesse ter cometido aquele crime. Os vestígios eles conseguiram, e seriam decisivos, caso eles encontrassem um suspeito... Clara, era uma jovem tímida, calada, praticamente não tinha amigos na cidade onde morava. As pessoas diziam que ela era um tanto estranha, e isso somado a outros comentários a incomodava muito. Por esta razão, assim que completou dezoito anos ela decidiu ir embora de lá. Iria tentar a sorte em outro lugar e talvez, talvez até mudasse o seu jeito de ser. E foi assim que ela foi parar naquele ônibus de viagem que passaria pela cidade de S. José, onde ela decidira ficar por alguns dias na casa de uma tia, até resolver realmente para qual cidade pretendia ir. Ela estava sentada no banco junto a janela. O ônibus estava com a lotação completa, mas curiosamente não havia ninguém ocupando a poltrona ao lado dela. Clara estava com uma revista de modas nas mãos folhando-a, e olhando-a desinteressadamente. De repente ela olhou para o lado e percebeu surpresa, uma mulher que havia se sentado a seu lado e a olhava misteriosamente... Clara tentava disfarçar a inquietação, olhava para o outro lado, baixava a cabeça, mas não adiantava, a mulher não parava de encará-la, e ela estava começando a se preocupar... Mas aí a tal mulher resolveu iniciar uma conversa. Ela perguntou se Clara estava indo para a cidade de S. José. Clara respondeu que sim, mas logo demonstrou espanto por ela supor exatamente S.José, uma cidadezinha tão discreta. Então Clara primeiro quis saber o nome da sua companheira de viagem. Ela disse se chamar Ana, mas que os conhecidos a tratavam por branca. Então Clara quis saber se branca também estava indo para S.José. Branca respondeu de maneira meio estranha que sim, e logo tratou de impedir que Clara continuasse com aquilo que ela imaginou tratar-se de um ligeiro interrogatório. Branca parecia não querer perder tempo ouvindo perguntas que provavelmente não poderia responder, então ela tratou rapidamente de retomar o controle da conversa. O interessante foi que branca passou a falar com Clara de maneira tão natural que clara sem perceber foi se desarmando, e cada vez mais se envolvendo com as palavras de branca. Branca falava sobre o mundo interior de clara, coisas que só a própria Clara poderia imaginar, ou sentir. Mas ela não falava sobre Clara, ela falava sobre si mesma. E Clara por sua vez ia se identificando. Clara já se mostrava bem interessada pela conversa de branca, que percebendo ser ouvida, aos poucos, foi mudando o tema e o rumo da conversa. Dizia ela:__ Você vai gostar da cidade, é tranqüila, as pessoas são pacificas, tudo gente simples. Eu Cheguei a pouco na cidade, a menos de um mês, não conheço quase ninguém. Mas eu conheço o Valter que conhece todo mundo, e foi muito simpático comigo assim que desembarquei na cidade. Ele me ajudou com a bagagem, endereço, acomodação, essas
coisas!Daí a gente se tornou muito amigo. Sabe Clara, não é para rir! Mas o Valter tem uma cara muito engraçada. Ele tem uma mancha escura bem embaixo do olho direito, o rosto fino, o queixo cumprido, meio esquadrejado. Ele é único, é inconfundível. Se você olhar para alguém e achar que pode ser ele, então tenha certeza! É ele mesmo. Ah, Clara! Olha só que absurdo esta minha unha quebrada!Eu sonhei que cravava as unhas nas costas de alguém e quando eu acordei ela estava assim. Isto não é estranho? Clara já ia respondendo quando notou que o ônibus estava parado, e que algumas pessoas já até haviam desembarcado. Finalmente a cidade de S.J. Era o fim da viagem para Clara que teve que se apressar para não passar do ponto. Sorte que ao contrario do que ela havia imaginado outras pessoas também desceriam ali. Clara desceu rapidamente, e imaginando que branca a acompanhava comentou: __ Que sorte! Por muito pouco a gente não... Mas quando ela olhou para trás, e para os lados, percebeu que branca não havia desembarcado. Tentou avista-la no interior do ônibus que partia lentamente, mas não conseguiu, e o ônibus foi embora... Mas que correria era aquela ? Nossa ! Que agitação é essa meu Deus? Clara estava assustada com as pessoas seguindo todas, rumo a uma trilha que ia dar sabe Deus onde. Mas mesmo sem saber ela sentiu uma vontade incontrolável de acompanhar aquelas pessoas, e no meio do caminho ela soube que uma pessoa havia sido assassinada e que todos estavam curiosos para ver o corpo. Clara êxitou, mas não desistiu, ela quis chegar até lá, e chegou. Tinha muita gente aglomerada, ela não conseguia ver... Mas para que ela queria ver uma cena daquela ? Ela não sabia. Mas agora ela estava vendo... Espera aí ! Mas... Clara estava vendo o corpo. Parecia conhecer a pessoa. Mas como aquilo era possível ? Ela se aproximou... Ela conhecia sim!Era uma mulher... Era o corpo de branca... Mas... Clara não entendia, era a branca mesmo, ela tinha certeza! Ela procurou se acalmar, e começou a prestar atenção na conversa das pessoas,... Pelo que ela estava entendendo ninguém ali conhecia branca. A policia havia encontrado vestígios de pele humana grudado nas unhas dela, e se surgisse um suspeito, a sua culpa, ou inocência, seria facilmente comprovada através dum exame de DNA, ou algo similar. Clara estava tentando entender toda aquela loucura, foi quando ela avistou o tal amigo de cara engraçada do qual branca havia lê falado.Ele realmente era inconfundível... Impossível haver outra pessoa que se enquadrasse tão fielmente as descrições fornecidas por Branca. Então Clara imaginou que através de Valter, “amigo de Branca”, ela poderia se informar melhor sobre o que havia se passado com a sua... Companheira de viagem... Então ela se aproximou do tal homem e o chamou pelo nome, se apresentou como conhecida de branca e naturalmente passou a falar sobre a amizade dele com a mulher assassinada, e também perguntou o que ele achava que poderia ter acontecido com Branca... Só então Clara percebeu que todos a olhavam com espanto, e que o suposto amigo de Branca estava todo embaraçado e sem jeito, como quem houvesse sido desmascarado... É que Valter era um dos que diziam não conhecer branca. Foi então que o tal sujeito passou a dizer firmemente que nunca havia visto nenhuma das duas mulheres, e que não imaginava o que aquela moça pretendia tentando criar uma ligação entre ele, e aquela mulher que estava morta... Valter também insinuou que Clara poderia ser a assassina, já que nenhuma das duas eram da cidade, e nem eram conhecidas de ninguém por ali... Mas Clara sabia que ele estava mentindo, e instintivamente apontou o dedo indicador na direção de Valter e começou a gritar aos quatro ventos que era ele o assassino. Valter se defendeu chamando-a de louca, mas Clara logo se lembrou do sonho que branca disse ter tido, e afirmou que ele trazia as marcas das unhas da vitima nas costas, e pediu que ele mostrasse as costas para os policiais. Diante da grave acusação os próprios policiais fizeram questão de conferir a informação. E para a surpresa de todos,ele realmente estava com as costas em carne viva... Clara se sentiu aliviada, porque se não houvesse nada, provavelmente ela seria presa, e acusada do crime.Valter foi preso, os exames comprovaram sua culpa. Clara até hoje não entendeu o que foi aquilo que aconteceu na sua vida. Mas ela nunca... nunca mais tocou neste assunto...


LUIZ CAIO

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Guarde seu segredo!


Não se deve confiar em ninguém...
Assim tão cegamente.
O tempo sempre há de mudar.
O vento vira de repente!

A faca um dia há de cegar,
Por melhor que já tenha cortado.
Não é difícil odiar,
por mais que se tenha amado...

Tudo muda de repente.
Não revele o seu maior segredo !
Pois quem é hoje a sua vida,
Pode amanhã ser o seu medo...



LUIZ CAIO

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Não sei quem é você!...


O que tu és em minha vida ?
Rosa, orquídea, margarida!
Duros espinhos, urtiga...
O que tu és querida?

Meiga, dócil... Rude, atrevida!
Num dia és fome, no outro, comida.

O que tu és ? Pergunto !
És minha vida ? És minha morte ?
És meu azar ? És minha sorte ?

Calam-se mil segredos em sua fala contida.
És verdade ? és mentira ? Ou simplesmente amiga ?
Diga-me sem medo!... O que tu és querida ?


LUIZ CAIO

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Rio inocente


Rio que nos banha,
Que nos mata a sede.
Rio sem fronteira,
Sem porta, ou parede.

Rio que nos invade.
Rio que nos inunda.
Leva as nossas casas...
Que nos desabriga.

Rio que nos ouve,
quando estamos tristes.
Que nos dá o peixe,
Rio que nos refresca.

Rio que leva folhas.
Rio que leva flores,
Leva embarcações,
Rio que leva amores.

Rio que leva vidas
Que nos traz a dor...
Rio sem pecados.
Rio sem amor.

Rio sem vontade.
Rio inocente.
Rio sem maldade.
Rio... Só um rio!


LUIZ CAIO.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Como te esquecer ?


Quero te esquecer
Mas você parece me saber de cor,
como ao alfabeto cada letra.

Quero muito te esquecer
Mas você me tem nas mãos
como aos traços nelas marcados.

Quero te esquecer
Mas como as águas das enchentes pelas ruas,
Você invade o meu peito
Inunda o meu desejo
E carrega o meu consolo.

Quero e preciso te esquecer
Mas você está em mim tão visível
como no rosto uma cicatriz.

Eu sei que devo te esquecer...
Mas como incendiar um oceano?



LUIZ CAIO.



segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os dois lados da moeda


Não há barreiras intransponíveis!
Seja qual for as circunstâncias
haverá sempre uma saída.
Pois nada resiste ao extremo,
por mais forte que pareça...
Em nossas vidas não existe nada
que não possa ser alcançado!
E amanhã tudo pode acontecer...
Ainda que não aconteça!

LUIZ CAIO.

domingo, 4 de maio de 2008

Deusa da minha ilusão


Me declaras amor, sentimento profundo.
Mas porque logo a mim, dentre tantos no mundo?
Ah, meu devaneio! Despertar é o que eu penso.
Sempre me fostes um sonho,
ainda que tão intenso.

Não sou renomado, nem tenho cultura.
Á que me viestes, ó doce criatura?
Tão fina, cobiçada, além de tão rica.
Dentre todas as flores, és a mais bonita.
E eu, pobre espinho! Sem jardim, sem nada...
Como podes por mim, estar apaixonada?

Ah, minha loucura ! Deusa da minha ilusão!
Com meu amor não brincarias, sei que tens bom coração.
Mas fica aqui esse dilema, sem qualquer explicação.
Porem, eu não sou de aço, e nem o dono da razão!
Amo-te não nego. Te aceito e me entrego.
Corpo alma e poesia...
E que seja amanhã o mesmo dia!...



LUIZ CAIO.

sábado, 3 de maio de 2008

Um novo caminho


E mais uma vez,
apagam-se as luzes do seu quarto.
Apagando-se assim,
mais um dia de esperança...

Muitos outros dias como esse, se passaram!
Muitas outras luzes se apagaram!
Mas nenhuma vez, Foi tão marcante quanto esta...
Hoje se foi o último fio da minha esperança!

Não haverá novos amanhãs.
Não haverá novas luzes.
Nem novas esperanças.

Também não haverá ressentimentos.
Nem mágoas, ou amarguras.
Haverá sim, um novo homem!
Em busca de um novo caminho...


LUIZ CAIO.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Um grito na madrugada.


A cidade, movimento!
Um café bem freqüentado.
Uma esquina, muita gente,
Um olhar desconfiado.

Um suspense, algo estranho,
alguns passos apressados.
Clima tenso, ar pesado,
segue alguém muito assustado.

Há mais passos, outros passos,
Além dos primeiros passos...
O motivo da tensão.
Passos de perseguição.

Houve um tiro, correria,
um grito na madrugada...
Há um corpo, há um crime.
Olhares que não viram nada.

Nada feito, segue a vida!
Quem irá se importar ?
Além da pobre mãe que espera,
ao filho que não voltará...


LUIZ CARLOS.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O terceiro elemento... ( Conto)


Houve um tempo em que eu era livre... E era feliz! E imaginava que nada, absolutamente nada “alem de Deus” seria capaz de destruir a minha vida... Ela, a minha esposa, sempre foi uma pessoa alegre, sorridente, e simpática com todo mundo, inclusive comigo! Mas comigo ela era muito mais que isso... Ela era feliz! Como eu sei ?... Bom! Eu não sei muito bem como explicar, mas... Eu convivia diariamente com ela, e estas coisas a gente sente no comportamento da pessoa, através dos gestos, e do nível das queixas que são inevitáveis que aconteçam entre casais, por mais que se amem... Então éramos felizes, ela e eu ! Mas tudo começou a mudar a partir do momento em que ela encontrou o livro... Eu não sei! Ela nunca me disse de onde surgiu. Mas o fato é que ela se transformou depois disso. Ela não conseguia parar de ler sempre aquela mesma historia... Passou a viver meio que no mundo da lua, não se importava mais comigo e nem com nada! Às vezes saía com aquele livro embaixo do braço e ficava o dia, ou a noite inteira fora de casa... As pessoas começaram comentar, mas não sabiam do que falavam. Imaginavam que ela havia arrumado um amante, mas não era nada disso... Era o livro! Havia alguma coisa lá que à prendia. Mas como explicar isto a alguém? Ainda mais depois de tudo o que se passou... Quando ela e eu discutimos e todo mundo viu, eu disse que aquela situação já estava passando do limite, e que iria botar um ponto final em tudo aquilo... Disso todo mundo sabe, pois ouviram, e eu disse realmente! Mas o que ninguém sabe é sobre qual situação me referia. Supuseram apenas. E supuseram errado! Quando ela, a minha esposa, se trancou no quarto naquela noite, ela não queria proteger-se de mim, ela queria proteger o livro. Pois eu pretendia destruí-lo... Eu arrombei a porta sim! Mas foi porque percebi que havia alguma coisa estranha dentro do quarto. Parecia que havia mais alguém... Só que isto não seria possível sem que eu soubesse, já que estive em casa o tempo todo! Era o livro!... Algum personagem... Eu tinha certeza ! Então arrombei a porta do quarto, e entrei a tempo de ver algo a abraçando, e a puxando suavemente para dentro do livro... Eu tentei impedir! Agarrei-a como pude. Pelo braço, pelos cabelos, segurei aonde foi possível tentando impedir que aquela coisa a levasse... Mas foi inútil ! Saí para rua em busca de ajuda, mas... Eu não sabia o que dizer! É claro que ninguém acreditaria em mim! Então gritei apenas por socorro. De repente, começou a juntar gente! Eu tentava me explicar, mas ninguém entendia nada. Chamaram a policia, e entraram todos na casa... E agora ! “pensei”,como eu explicaria o desaparecimento da minha esposa? Eu nem imaginava que teria algo bem mais complicado que isto para explicar... Ao entrarem em minha casa, os policiais foram até o quarto e se depararam com o corpo da minha esposa estirado, sem vida, por sobre a cama... Eu fui preso na hora! Os visinhos falaram sobre a discussão que presenciaram, e eu, eu não tive o que dizer... Neguei o crime, é claro! Mas eu não poderia contar o que realmente havia se passado dentro daquele quarto. E diante das marcas das minhas mãos no pescoço, e pelo corpo todo da vitima que havia sido estrangulada, eu não tive defesa alguma... E eu que sempre fui uma pessoa livre, e feliz, agora sou prisioneiro, infeliz, e odiado por muitos! Mas eu juro! A minha esposa não estava no quarto quando sai. O livro sim! Era o livro que estava sobre a cama, e não ela... Olha! Eu nunca contei esta parte da historia para ninguém. Estou contando agora para você. O livro se chama-se... O terceiro elemento... Você acredita em mim?


LUIZ CAIO.